domingo, 31 de maio de 2009

Bata aqui o seu coração


De cabeça baixa ela chorava sozinha sentada no banco da praça vazia. Ninguém podia ouvir seus soluços afogados. Não havia pássaros nas árvores, portanto não havia canto. Só tinha o vento frio uivando, espalhando folhas e secando lágrimas.

Era um pranto sofrido. Eram lágrimas de um inevitável. Podiam ser da dor da morte, podiam ser da dor do amor, podiam ser até da dor de nunca sentir dor. Podia ser a inocência perdida ou promessas esquecidas trancadas à espera de um anjo consolador.

Não demorou muito e ela se levantou. Fungou, secou os olhos, olhou a sua volta e partiu. Desceu a rua devagar. O semblante parecia de alívio, mas era só a indiferença de um mundo onde as emoções são proibidas.

Quando ela já ia longe, dobrando a esquina três quarteirões dali, um homem sentou-se naquele mesmo banco. Ele baixou a cabeça e começou a chorar. Levava as duas mãos ao rosto, como quem estivesse vergonhoso de chorar. Ou será que chorava de vergonha?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Palavra da semana

milagre
mi.la.gre sm (lat miraculu)
1 Fato que se atribui a uma causa sobrenatural.
2 Teol Algo de difícil e insólito, que ultrapassa o poder da natureza e a previsão dos espectadores (Santo Tomás).
3 Coisa admirável pela sua grandeza ou perfeição; maravilha.
4 Fato que, pela raridade, causa grande admiração.
5 Intervenção sobrenatural.
6 Efeito cuja causa escapa à razão humana.
7 Figura em madeira ou cera, oferecida aos santos, em cumprimento de um voto.
Fazer milagre: praticar o impossível.

Amor, trabalho e neve


Ele olhou em volta e viu. A luz da manhã era bem difusa. Havia neve no chão cobrindo o gramado do parque e sobre as árvores secas. As construções, a maioria de tijolos aparentes, tinham boa parte da fachada coberta de neve. Com os olhos de lágrima ele se sentou em um dos degraus da porta da frente enrolado num cobertor. De onde ele estava não podia ver a estrada mas ouvia o barulho dos pneus dos carros rolando devagar no asfalto meio úmido, meio arenoso. Não se ouvia canto de pássaros nem de galos, apenas sinos de portas se abrindo e se fechando. Sobre seu ombro alguém ofereceu uma xícara de café quente. Dentro de casa sussurrava uma canção. Dentro dele a paz e o entendimento. Foi assim todos os dias em que ele esteve naquele lugar.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mas o que é Regulus?

A constelação de Leão pode identificar-se nos céus a partir da sua estrela mais brilhante Regulus (alfa-Leo). Atualmente o planeta Júpiter está relativamente próximo de Regulus e pode ser utilizado como uma referência para localizar a estrela. Esta é uma das poucas constelações cuja figura se associa facilmente ao respectivo nome.

Universidade da Madeira
Grupo de Astronomia
Março de 2003