quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Depois de todo esse tempo...


Eu tinha tanto a dizer. Nem tivemos tempo. Fomos massacrados pela vaidade, pelo medo e pelos compromissos assumidos.
Sabemos, os dois, que existiu alguma coisa além de tudo aquilo.
E eu que tinha tanto a dizer. Fiquei sem palavras. Confesso que ainda estou... Petrificado.
É uma pena que todos os cristais tenham se quebrado pelo caminho.
E eu que tinha tanto a dizer, continuo sem palavras, tentando me convencer de que nem tudo é possível.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Postado originalmente em 2009, mas só agora entendi do que realmente se trata.


Caminhava zonzo pela rua escura. Alguma coisa tinha acontecido, a cabeça doía, a escuridão parecia muito clara para os meus olhos, os bolsos estavam vazios e na boca um gosto de sangue. Tropecei e caí bueiro abaixo. Havia muitos ratos ao redor. Levantei sentindo o cheiro dos restos da cidade. O túnel era grande, então eu podia caminhar em pé, administrando a tontura, a dor na cabeça, a pouca visibilidade e aquele cheiro. Um vulto, como um clarão, cruzou meu caminho. Percebi um cruzamento de túneis. Resolvi virar a esquerda seguindo o vulto, dei alguns passos e bati com a cara na parede. Olhei pra cima e vi uma tampa que parecia dar para a rua. Abri a tampa e... acordei.

Levantei da cama meio zonzo, o quarto estava escuro, eu ouvia gritos e sussurros. Alguma coisa estava acontecendo...